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sábado, 25 de maio de 2013

Som e Fúria

Você corre para escapar do trânsito,buzinas,britadeiras...Chega em casa na esperança de repouso e encontra barulho de aspirador de pó,máquina de lavar,liquidificador...Toma um banho e vai para a cama com a certeza de que ali está o último reduto de silêncio do mundo,mas a gritaria nos bares,os alto-falantes dos carros,as sirenes de viaturas e ambulâncias deixam claro que você não vai descansar.
  Esses são apenas alguns exemplos  da poluição sonora a que somos submetidos diariamente."O desconforto causado pelos sons pode modificar a qualidade do sono,que,por sua vez,potencializa o estresse.Se o incômodo for contínuo,o organismo vai somando e acaba estimulando o desenvolvimento de doenças,apresentando consequências na saúde emocional,psicológica e física",afirma a médica do trabalho Nadja de Sousa Ferreira.

LIMITES SONOROS
  Tecnicamente,a poluição sonora se caracteriza  com a exposição a sons acima de 90 decibéis(dB),durante 8 horas consecutivas,sem proteção auricular,segundo Nadja.Nessas condições e de maneira contínua,a saúde pode ser afetada de modo grave e até irreversível.
  No entanto,vale ressaltar que a Organização Mundial de Saúde (OMS) considera que o estresse auditivo tem início sob exposições acima de 55 decibéis.Veja as consequências de acordo com a intensidade dos sons:
-Até 55 decibéis-não causa problemas
-Entre 56 dB E 75 dB -pode incomodar,mas não gera malefícios à saúde.
-Entre 76 dB e 89 dB -pode afetar a saúde.
-Acima de 90 dB -dependendo do tempo de exposição,a saúde pode ser prejudicada de modo irreversível.

CORPO,CABEÇA E CORAÇÃO
  A exposição a ruídos desconfortáveis pode afetar uma pessoa física,psicológica e emocionalmente,prejudicando o convívio social,o desempenho no trabalho e até o funcionamento do organismo.saiba como isso acontece:
Corpo:a poluição sonora pode elevar o rítimo cardíaco,a pressão sanguínea e as contrações musculares;aumentar os níveis de glicose(podendo desencadear  o diabetes tipo 2);prejudicar a circulação do sangue(gerando eventuais infarto,derrame e impotência sexual;interromper a digestão,a produção de suco gástrico e o fluxo de saliva;gerar dores de cabeça e náuseas;entre outros.

  Cabeça e coração:perda de concentração,irritação permanente,diminuição dos reflexos,desânimo,redução do apetite sexual,fadiga mental,insônia,ansiedade,depressão,tensão e medo são alguns distúrbios emocionais e psicológicos.

HORMÕNIOS E TRATAMENTOS

  A sonoridade do dia a dia interfere diretamente na produção de hormônios,aumentando as doses de adrenalina e cortisol,substâncias relacionadas ao estresse."Por isso os jovens,que já têm muitos hormônios,aceitam bem sons altos sem se estressar,ou seja,esses hormônios que surgem com a poluição sonora não interfere na carga hormonal deles. Por outro lado,os idosos tendem a ser mais intolerantes a barulhos,pois os sons afetam significativamente sua carga hormonal",esclarece a médica.
  Sem dúvida a melhor solução para o problema é evitar situações de exposição a ruídos. Mas como isso  quase sempre é inviável,existem outras maneiras de combater a fadiga e o estresse causados pela polyição sonora.A principal delas é fazer a reposição do aminoácido arginina,tanto atraves de medicamentos como pela alimentação.Laticínios,aves e peixes  são ótimas fontes de arginina.Momentos de lazer em parques,campos e praias também podem auxiliar na "desintoxicação" física e emocional,bem como a prática de yoga,caminhadas e ginásticas.

Matéria publicada na revista Sua Saúde Ed 02-2010

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